30/07/2020

Como serão os deslocamentos urbanos após a pandemia?

A pandemia do coronavírus traz à tona muitas reflexões sobre nossos comportamentos em sociedade, hábitos, relacionamentos e estilo de vida. Nesse contexto, e nessa nova forma de enxergar como cuidamos do planeta e da nossa qualidade de vida, novas tendências para a mobilidade urbana, sobretudo nas grandes cidades, devem ser reavaliadas.

E a mobilidade por meio dos veículos elétricos portáteis – monociclo, patinete ou bicicleta – deve ganhar cada vez mais adeptos. São os chamados “desertores” do modelo convencional de transporte que estão buscando modelos mais inteligentes, divertidos e ecologicamente corretos de ir e vir.

Há uma percepção que parece unânime: a pandemia terá efeitos perenes sobre o nosso estilo de vida, a começar pelo uso do transporte coletivo. A quarentena que vivemos tem como principal objetivo evitar aglomerações, pois o vírus é facilmente transmitido nessas situações.

A disseminação de pessoa para pessoa pode ocorrer de forma continuada: uma pessoa infectada pode contaminar, em média, até cinco outros indivíduos.

A transmissão do coronavírus, por exemplo, costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, e contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, o nariz ou os olhos.

Aglomerações nos transportes coletivos

O transporte coletivo, sobretudo nas grandes cidades brasileiras nos horários de rush, é sinônimo de aglomeração. É um ambiente que favorece a propagação de vários tipos de vírus.

 

Em ônibus, metrô e trem, a falta de espaço dentro do veículo impede ou dificulta que o usuário cumpra orientações fundamentais para reduzir o contágio, como colocar a parte interna do braço (e não a mão) na boca ao tossir ou espirrar.

As barras de apoio que as pessoas usam para se segurar favorecem a transmissão do vírus presente nas mãos. É por isso que o transporte individual deve despontar, mesmo depois da crise, como uma nova tendência no mundo todo, e também nas metrópoles brasileiras.

Ir para o trabalho conduzindo um veículo elétrico portátil e pessoal é bem mais seguro – é o caso do monociclo elétrico, um equipamento de mobilidade individual, rápido e versátil. Esse cenário deve favorecer toda a cadeia de produtos ligados à mobilidade individual, criando maior demanda por modais que atendam a esses novos hábitos.

Outro mercado que também cresce sob esta crise são os serviços de entrega. Plataformas como iFood e Rappi, que se utilizam dos veículos pessoais, elétricos ou não, já impulsionam fortemente esse segmento de delivery.

Mudanças urgentes nas cidades

Para que isso aconteça, é urgente que as cidades acelerem seu movimento de mudança. Precisamos criar espaços seguros para que todos circulem em segurança. É um movimento mundial no qual cada ponto do planeta está em um degrau de desenvolvimento.

Cidades como Paris e Barcelona, por exemplo, já investem pesado na micromobilidade, criando redes bem mais extensas de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas que as de São Paulo.

Além disso, outro ponto que ainda requer propostas mais aprimoradas é a criação de linhas de crédito especiais, por meio de bancos e financeiras, que tornem a adesão aos modais elétricos portáteis mais acessível para a camada da população que ainda se vê obrigada a utilizar o nosso precário sistema de transporte coletivo.

Isso é fundamental para quebrarmos a dependência desse tipo de locomoção, reduzindo a aglomeração, os congestionamentos, e melhorarmos nossa qualidade de vida, mais ainda no mundo novo que se inicia pós-pandemia. Future-se.